(NOTA: Este post é uma TRANSCRIÇÃO INTEGRAL do capítulo 41 do livro
de EGW, "A Ciência do Bom Viver", edição da Publicadora Servir (de
Portugal), publicada em julho de 2015. Na edição online, o capítulo é o
mesmo na versão integral e é o 40 na versão condensada, embora, nesta
última, sem o texto completo.)
Todos os relacionamentos sociais
exigem o exercício do domínio próprio, da paciência e da simpatia. Somos
tão diferentes uns dos outros em disposição, hábitos e educação, que a
nossa forma de ver as coisas varia muito. Julgamos de maneira diferente.
A nossa compreensão da verdade, as nossas ideias em relação à gestão da
vida não são as mesmas em todos os aspetos. Não há duas pessoas cuja
experiência seja igual em cada pormenor. As provas de uma não são as
provas de outra. Os deveres que uma acha leves são, para outra, mais
difíceis e perturbadores.
A natureza humana é tão fraca, tão
ignorante e tão sujeita ao erro, que todos devemos ser cautelosos na
avaliação que fazemos do outro. Conhecemos mal a influência que os
nossos atos têm sobre a experiência dos outros. O que fazemos ou dizemos
pode parecer-nos de pouca importância, quando, se os nossos olhos se
abrissem, veríamos que daí resultam as mais importantes consequências
para o bem ou para o mal.
Consideração para com os que carregam fardos
Muitas pessoas têm suportado tão poucos fardos, o seu coração tem
vivido tão poucas angústias reais, têm sentido tão pouca perplexidade e
preocupação com as situações dos outros, que não conseguem compreender o
trabalho de quem verdadeiramente carrega fardos. São tão incapazes de
apreciar as cargas dessas pessoas como a criança é incapaz de
compreender os cuidados e as fadigas do seu sobrecarregado pai. A
criança pode achar estranhos os temores e perplexidades do pai.
Parecem-lhe inúteis. Mas, quando a sua experiência tiver aumentado com
os anos, quando tiver de carregar os próprios fardos, olhará de novo
para a vida do pai, e compreenderá então o que antes era
incompreensível. A experiência amarga deu-lhe conhecimento.
A
obra de muitas pessoas que carregam fardos não é compreendida, nem
apreciados os seus trabalhos, senão depois da sua morte. Quando outros
pegam nas cargas que eles depuseram, e enfrentam as dificuldades que
eles encontraram, compreendem até que ponto foram provadas a fé e a
coragem dessas pessoas. Muitas vezes, perdem, então, de vista os erros
que estavam tão prontos a censurar. A experiência ensina-lhes a
simpatia. Deus permite que os homens sejam colocados em posições de
responsabilidade. Quando erram, tem poder para os corrigir, ou para os
retirar do cargo que exercem. Devemos ter o cuidado de não tomar nas
nossas mãos o trabalho de julgar que pertence a Deus.
O
comportamento de David para com Saul contém uma lição. Por ordem de
Deus, Saul tinha sido ungido como rei de Israel. Devido à sua
desobediência, o Senhor declarou que o reino lhe seria tirado, e,
contudo, quão amável, atenciosa e paciente foi a conduta de David para
com ele! Ao procurar tirar a vida a David, Saul dirigiu-se para o
deserto e, sozinho, penetrou precisamente na caverna em que David e os
seus soldados estavam escondidos: “Então, os homens de David lhe
disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu
inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos.
... E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa
ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra
ele; pois é o ungido do Senhor”. (I Samuel 24:4-6). O Salvador
ordena-nos: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o
juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes
medido vos hão de medir a vós”. (Mat. 7:1 e 2). Lembrem-se de que, em
breve, o registo da vossa vida passará em revista diante de Deus.
Lembrem-se, também, de que Ele disse: “És inescusável quando julgas, ó
homem; ... pois tu, que julgas, fazes o mesmo”. (Rom. 2:1).
Paciência quando ofendido
Não podemos permitir que o nosso espírito se irrite por algum mal real
ou suposto que nos tenha sido feito. O inimigo que mais devemos temer é o
próprio eu. Nenhuma forma de vício tem efeito mais funesto sobre o
caráter do que a paixão humana quando não está sob o domínio do Espírito
Santo. Nenhuma vitória que possamos ganhar será tão preciosa como a
vitória sobre nós mesmos.
Não podemos permitir que os nossos
sentimentos sejam facilmente feridos. Devemos viver, não para proteger a
nossa sensibilidade ou a nossa reputação, mas para salvar pessoas.
Quando estamos interessados na salvação das pessoas, deixamos de nos
preocupar com as pequenas diferenças que muitas vezes surgem ao
relacionar-nos uns com os outros. Seja o que for que os outros pensem de
nós ou nos façam, nada deve perturbar a nossa união com Cristo, a nossa
companhia com o Espírito. “Que glória será essa, se, pecando, sois
esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o
sofreis, isso é agradável a Deus”. (I Pedro 2:20).
Não se
vinguem. Na medida das vossas possibilidades, eliminem tudo o que possa
provocar mal-entendidos. Evitem a aparência do mal. Façam tudo o que
estiver ao vosso alcance, sem comprometer os princípios, para ganhar a
simpatia dos outros. “Se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante
do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e
depois vem, e apresenta a tua oferta”. (Mat. 5:23 e 24).
Se vos
forem dirigidas palavras impacientes, nunca respondam no mesmo espírito.
Lembrem-se de que “a resposta branda desvia o furor”. (Prov. 15:1). Há
um poder maravilhoso no silêncio. As palavras ditas em resposta a alguém
encolerizado por vezes servem apenas para o exasperar. Mas a cólera,
respondida com silêncio e com um espírito amável e paciente, em breve se
esvai.
Sob uma tempestade de palavras ferinas e acusadoras,
conservem o vosso espírito apoiado na Palavra de Deus. Encham o vosso
espírito e o vosso coração com as promessas divinas. Se forem
maltratados ou acusados injustamente, em vez de responder com ira,
repitam para vós mesmos as preciosas promessas: “Não te deixes vencer do
mal, mas vence o mal com o bem”. (Rom. 12:21).
“Entrega o teu
caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará. E Ele fará sobressair a
tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia”. (Sal. 37:5 e
6).
“Nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido”. (Luc. 12:2).
“Fizeste com que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos
pelo fogo e pela água; mas trouxeste-nos a um lugar de abundância”.
(Sal. 66:12).
Somos inclinados a procurar simpatia e ânimo junto
dos nossos semelhantes, em vez de olharmos para Jesus. Na Sua
misericórdia e fidelidade, Deus permite muitas vezes que nos desiludam
aqueles em quem depositamos confiança, para que possamos compreender
quão insensato é confiar nos homens e apoiar-nos na carne. Confiemos
inteira, humilde e abnegadamente em Deus. Ele conhece as tristezas que
sentimos no mais profundo do nosso ser e que não podemos exprimir.
Quando tudo nos parece escuro e inexplicável, lembremo-nos das palavras
de Cristo: “O que Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás
depois”. (João 13:7).
Estudem a história de José e de Daniel. O
Senhor não impediu as maquinações dos homens que procuravam fazer-lhes
mal; mas fez com que todos esses ardis redundassem para o bem dos Seus
servos, que, no meio de provas e lutas, mantiveram a sua fé e a sua
lealdade.
Enquanto estivermos no mundo, encontraremos influências
adversas. Haverá provocações para provar a nossa têmpera; e é ao
enfrentá-las com o espírito certo que as virtudes cristãs são
desenvolvidas. Se Cristo habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e
tolerantes, alegres no meio das contrariedades e das irritações. Dia
após dia, e ano após ano, iremos vencendo o nosso eu e crescendo até
chegarmos a um nobre heroísmo. Essa é a tarefa que nos foi atribuída;
mas não pode ser cumprida sem o auxílio de Jesus, sem uma decisão séria,
sem um propósito firme, sem contínua vigilância e sem oração
incessante. Cada um tem uma luta pessoal a travar. Nem o próprio Deus
pode tornar o nosso caráter nobre ou a nossa vida útil, se não
colaborarmos com Ele. Aqueles que se recusam a lutar perdem a força e a
alegria da vitória.
Não precisamos de guardar o nosso próprio
registo das provas e dificuldades, dos desgostos e tristezas. Todas
essas coisas estão escritas nos livros, e o Céu cuidará delas. Enquanto
relembramos as coisas desagradáveis, são esquecidas muitas outras sobre
as quais é agradável refletir, como a misericordiosa bondade de Deus que
nos rodeia a cada instante, e o amor, que deixa os anjos maravilhados,
que Deus manifestou ao dar o Seu Filho para morrer por nós. Se, como
obreiros de Cristo, sentem que têm tido maiores cuidados e provas do que
os outros, lembrem-se de que, para vós, há uma paz que os que evitam
estes fardos desconhecem. Há conforto e alegria no serviço de Cristo.
Mostremos ao mundo que a vida com Ele não é um fracasso.
Se não
se sentem satisfeitos e alegres, não falem dos vossos sentimentos. Não
anuviem a vida dos outros. Uma religião fria e sombria nunca atrai almas
para Cristo. Afasta-as d'Ele, para as redes que satanás estendeu para
os pés dos transviados. Em vez de pensar nos vossos desânimos, pensem no
poder de que podem dispor em nome de Cristo. Deixem que a vossa
imaginação se fixe nas coisas invisíveis. Que os vossos pensamentos se
dirijam para as evidências do grande amor de Deus por vós. A fé pode
suportar a prova, vencer a tentação, aguentar o desapontamento. Jesus
vive e é o nosso advogado. tudo o que a Sua mediação assegura
pertence-nos.
Não acham que Cristo aprecia quem vive inteiramente
para Ele? Não acham que visita os que, como o amado João no exílio,
estão em lugares difíceis e penosos? Deus não permite que um só dos Seus
fiéis obreiros seja deixado sozinho, a lutar em grande desvantagem, e
que seja vencido. Preserva, como uma joia preciosa, todo aquele cuja
vida está escondida com Cristo n'Ele. De cada um destes, Deus diz: Eu
"te farei como um anel de selar; porque te escolhi" (Ageu 2:23).
Portanto, falem das promessas; falem de quão pronto Jesus está para
abençoar. Ele não nos esquece nem um só instante. Quando, apesar das
circunstâncias desagradáveis, repousamos confiadamente no Seu amor e
mantemos a nossa comunhão com Ele, o sentimento da Sua presença
inspirará uma alegria profunda e tranquila. De Si, disse Cristo: “Nada
faço por Mim mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me
enviou está comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o
que Lhe agrada.” (João 8:28-29).
A presença do Pai rodeava
Cristo, e nada Lhe sucedia que o amor infinito não tivesse permitido
para bênção do mundo. Aí residia o Seu motivo de conforto, e o nosso
também. Quem está imbuído do Espírito de Cristo habita em Cristo. Tudo o
que lhe sucede vem do Salvador que o rodeia com a Sua presença. Nada
pode atingi-lo sem a permissão do Senhor. Todos os nossos sofrimentos e
desgostos, todas as nossas tentações e provas, todas as nossas tristezas
e pesares, todas as perseguições e privações por que passamos, em suma,
todas as coisas cooperam para o nosso bem. Todas as experiências e
circunstâncias são agentes de Deus através dos quais o bem chega até
nós.
Se compreendemos a paciência de Deus para connosco, não
julgaremos nem acusaremos ninguém. Quando Cristo vivia na Terra, quão
surpresos ficariam os que O acompanhavam se, depois de familiarizados
com Ele, Lhe ouvissem dizer uma palavra de acusação, de crítica
destrutiva ou de impaciência. Não esqueçamos que aqueles que O amam
devem representá-Lo no Seu caráter.
“Amai-vos cordialmente uns
aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”
(Rom. 12:10). “Não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes,
pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para
que, por herança, alcanceis a bênção.” (I Pedro 3:9).
O Senhor
Jesus exige que reconheçamos os direitos de cada pessoa. Devem ser
tomados em consideração os direitos sociais dos seres humanos e os seus
direitos como cristãos. Todos devem ser tratados com amabilidade e
delicadeza, como filhos e filhas de Deus.
O cristianismo
transformará um homem num cavalheiro. Cristo era cortês, mesmo com os
Seus perseguidores; e os Seus verdadeiros seguidores devem manifestar o
mesmo espírito.
Olhem para Paulo, conduzido perante os magistrados. O seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira cortesia, assim como de persuasiva eloquência.
O Evangelho não ensina a cortesia formal usada no mundo, mas a cortesia que deriva de um coração verdadeiramente bondoso.
Olhem para Paulo, conduzido perante os magistrados. O seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira cortesia, assim como de persuasiva eloquência.
O Evangelho não ensina a cortesia formal usada no mundo, mas a cortesia que deriva de um coração verdadeiramente bondoso.
O mais cuidadoso cultivo das características externas
da vida não é suficiente para eliminar toda a irritabilidade, a aspereza
nos juízos e a inconveniência nas palavras.
A verdadeira polidez nunca se revelará, enquanto o eu for considerado o objeto supremo.
O amor deve residir no coração. Um cristão verdadeiro encontra os motivos das suas ações no profundo amor que tem pelo seu Mestre.
Das raízes do seu amor a Cristo brota um interesse altruísta pelos seus irmãos. O amor comunica a quem o possui graça, decência e elegância no comportamento. Ilumina a fisionomia e educa a voz; refina e eleva todo o ser.
A verdadeira polidez nunca se revelará, enquanto o eu for considerado o objeto supremo.
O amor deve residir no coração. Um cristão verdadeiro encontra os motivos das suas ações no profundo amor que tem pelo seu Mestre.
Das raízes do seu amor a Cristo brota um interesse altruísta pelos seus irmãos. O amor comunica a quem o possui graça, decência e elegância no comportamento. Ilumina a fisionomia e educa a voz; refina e eleva todo o ser.
A
vida compõe-se, principalmente, não de grandes sacrifícios ou de
realizações maravilhosas, mas de pequenas coisas. Na maior parte das
vezes, é pelas pequenas coisas que parecem insignificantes que grande
bem ou mal é trazido à nossa vida.
É pelo fracasso em suportar as provas que nos sobrevêm nas coisas pequenas, que os hábitos são moldados e que se deforma o caráter. E, quando nos assaltam as provas maiores, encontram-nos desprevenidos. Só agindo por princípio nas provas da vida quotidiana é que podemos adquirir poder para ficar firmes e fiéis nas situações mais perigosas e difíceis.
É pelo fracasso em suportar as provas que nos sobrevêm nas coisas pequenas, que os hábitos são moldados e que se deforma o caráter. E, quando nos assaltam as provas maiores, encontram-nos desprevenidos. Só agindo por princípio nas provas da vida quotidiana é que podemos adquirir poder para ficar firmes e fiéis nas situações mais perigosas e difíceis.
Nunca estamos sós. Quer O
escolhamos, quer não, temos um companheiro. Lembrem-se de que, onde quer
que estejam, façam o que fizerem, Deus aí está. Nada do que se diz, faz
ou pensa escapa à Sua atenção. Para cada palavra ou ação, temos uma
testemunha - o Deus santo e que odeia o pecado. Pensem sempre nisso,
antes de falarem ou agirem.
Como cristãos, são membros da família real, filhos do Rei dos Céus. Não digam nenhuma palavra, nem pratiquem nenhuma ação que desonre o “bom nome que sobre vós foi invocado”. (Tiago 2:7).
Como cristãos, são membros da família real, filhos do Rei dos Céus. Não digam nenhuma palavra, nem pratiquem nenhuma ação que desonre o “bom nome que sobre vós foi invocado”. (Tiago 2:7).
Estudem cuidadosamente o caráter divino-humano, e perguntem-se
constantemente: “O que faria Jesus no meu lugar?” Esta deve ser a medida
do nosso dever.
Não se associem desnecessariamente com aqueles que, pelos seus artifícios, poderiam debilitar o vosso desejo de fazer o que é certo ou manchar a vossa consciência. Entre estranhos, na rua, nos carros, em casa, não façam nada que possa ter a menor aparência de mal.
Façam cada dia alguma coisa para melhorar, embelezar e enobrecer a vida que Cristo comprou com o Seu próprio sangue.
Não se associem desnecessariamente com aqueles que, pelos seus artifícios, poderiam debilitar o vosso desejo de fazer o que é certo ou manchar a vossa consciência. Entre estranhos, na rua, nos carros, em casa, não façam nada que possa ter a menor aparência de mal.
Façam cada dia alguma coisa para melhorar, embelezar e enobrecer a vida que Cristo comprou com o Seu próprio sangue.
Atuem sempre por
princípio, nunca por impulso. Temperem a impetuosidade da vossa natureza
com a doçura e a bondade. Evitem toda a leviandade e frivolidade. Que
nenhum gracejo vil saia dos vossos lábios. Mesmo os vossos pensamentos
não devem ser deixados à rédea solta. Devem ser dominados e levados
cativos à obediência de Cristo. Que eles estejam ocupados com coisas
santas. Então, pela graça de Cristo, serão puros e verdadeiros.
Necessitamos de ter um sentimento constante do poder enobrecedor dos
pensamentos puros. A única segurança para uma alma está em pensar
corretamente. “Como imaginou na sua alma, assim é” o homem. (Prov.
23:7). A faculdade de se dominar desenvolve-se pela prática. O que a
princípio parece difícil torna-se fácil pela repetição constante, até
que os retos pensamentos e ações se tornam habituais. Se quisermos,
podemos afastar-nos de tudo o que é vulgar e degradante, e alcançar um
padrão elevado. Podemos ser respeitados pelos homens e amados por Deus.
Cultivem o hábito de falar bem dos outros. Pensem mais nas boas
qualidades daqueles com quem se relacionam, e olhem o menos possível
para os seus erros e fracassos.
Quando forem tentados a
queixar-se do que alguém disse ou fez, louvem alguma coisa na vida ou no
caráter dessa pessoa. Cultivem a gratidão. Louvem a Deus pelo Seu
admirável amor em dar a Cristo para morrer por nós. Nunca compensa
pensarmos nas nossas mágoas. Deus convida-nos a meditar na Sua
misericórdia e no Seu amor incomparável, para que sejamos inspirados com
o louvor.
Os trabalhadores fervorosos não têm tempo para pensar
nas faltas dos outros. Não podemos viver alimentando-nos das cascas das
faltas e fraquezas dos dos outros. A maledicência é uma dupla maldição,
que recai mais pesadamente sobre quem fala do que sobre quem ouve. Quem
espalha as sementes da dissensão e da discórdia colhe na sua própria
alma os frutos mortais. O próprio ato de procurar o mal nos outros
desenvolve o mal em quem procura. Ao pensarmos nas faltas dos outros,
somos transformados à sua imagem. Mas se contemplarmos Jesus, se
falarmos do Seu amor e da perfeição do Seu caráter, somos transformados à
Sua imagem. Ao contemplarmos o alto ideal que Ele colocou diante de
nós, subiremos a uma atmosfera santa e pura, que é a própria presença de
Deus.
Quando aí permanecemos, sai de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contacto connosco.
Quando aí permanecemos, sai de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contacto connosco.
Em vez de criticar e
de condenar os outros, digam: “Devo trabalhar para minha própria
salvação. Se coopero com Aquele que deseja salvar a minha alma, devo
vigiar-me cuidadosamente, afastar da minha vida tudo o que é mau, vencer
todos os defeitos, tornar-me nova criatura em Cristo. Então, em lugar
de enfraquecer os que lutam contra o mal, posso fortalecê-los com
palavras animadoras.”
Somos demasiado indiferentes uns com os outros. Esquecemos muitas vezes que os nossos companheiros de trabalho precisam de força e de ânimo. Tenham o cuidado de lhes demonstrar o vosso interesse e simpatia. Ajudem-os com as vossas orações, e façam-lhes saber que oram por eles.
Somos demasiado indiferentes uns com os outros. Esquecemos muitas vezes que os nossos companheiros de trabalho precisam de força e de ânimo. Tenham o cuidado de lhes demonstrar o vosso interesse e simpatia. Ajudem-os com as vossas orações, e façam-lhes saber que oram por eles.
Nem todos os que se dizem obreiros de
Cristo são verdadeiros discípulos. Entre os que trazem o Seu nome, e que
até são contados entre os Seus obreiros, há alguns que não O
representam no caráter. Não são governados pelos Seus princípios. Tais
pessoas são muitas vezes causa de perplexidade e de desânimo para os
seus companheiros de trabalho que são novos na experiência cristã; mas
ninguém precisa de ser enganado. Cristo deu-nos um exemplo perfeito.
Ordena-nos que O sigamos.
Até ao fim dos tempos, haverá joio no
meio do trigo. Quando os servos do pai de família, no zelo pela sua
honra, lhe pediram autorização para arrancar o joio, ele disse: “Não;
para que, ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele. Deixai
crescer ambos juntos até à ceifa.” (Mat. 13:29 e 30.
Na Sua
misericórdia e longanimidade, Deus suporta pacientemente os maus e até
os hipócritas. Entre os apóstolos escolhidos de Cristo encontrava-se
Judas, o traidor. Deverá, então, ser causa de surpresa ou desânimo a
existência de hipócritas entre os Seus obreiros de hoje? Se Aquele que
lê os corações, pôde suportar junto de Si quem Ele sabia que O havia de
trair, com que paciência não deveríamos nós suportar os que erram!
E nem todos, mesmo entre os que parecem errar mais, são como Judas.
Pedro, impetuoso, precipitado e cheio de confiança própria,
aparentemente esteve muitas vezes em situação mais desvantajosa do que
Judas. Foi mais vezes censurado pelo Salvador. Mas que vida de serviço e
sacrifício foi a sua! Que testemunho deu do poder da graça de Deus!
Tanto quanto pudermos, devemos ser para os outros o que Jesus era para
os Seus discípulos, quando andava e falava com eles na Terra.
Considerem-se missionários, em primeiro lugar, entre os vossos
companheiros de trabalho. Por vezes, para ganhar alguma alma para Cristo
requer muito tempo e canseiras. E quando uma alma se volta do pecado
para a justiça, há alegria na presença dos anjos. Pensam que os
espíritos ministradores que velam sobre estas almas ficam satisfeitos ao
ver com que indiferença elas são tratadas por alguns que se dizem
cristãos? Se Jesus nos tratasse como muitas vezes tratamos uns aos
outros, quem de nós poderia salvar-se?
Lembrem-se de que não
podem ler os corações. Não sabem os motivos que determinaram as ações
que vos parecem erradas. Há muitos que não receberam uma educação
correta. O seu caráter está deformado, duro e nodoso, e parece torto em
todos os sentidos. Mas a graça de Cristo pode transformá-los. Nunca os
ponham de lado, nunca os levem a desanimar ou a perder a esperança,
dizendo: “Desapontou-me, e não farei nada por o ajudar.” Algumas
palavras ditas precipitadamente sob o efeito da provocação - exatamente o
que pensamos que eles merecem - podem cortar as cordas da influência
que deviam ter ligado o seu coração ao nosso.
A vida coerente, a
paciente tolerância, a calma de espírito em face da provocação, são
sempre o argumento mais decisivo e o apelo mais solene. Se tiveram
oportunidades e vantagens que os outros não tiveram, reconheçam esse
privilégio, e sejam sempre ensinadores sábios, solícitos e amáveis.
Para obter no lacre a impressão nítida e forte de um selo, não lho
aplicam de uma maneira precipitada e violenta; colocam cuidadosamente o
selo no lacre mole e, lenta e firmemente, fazem pressão sobre ele, até
que o lacre tenha endurecido na forma desejada. Tratem as almas humanas
da mesma forma.
A continuidade da influência cristã é o segredo do seu
poder, e isso depende da firmeza com que manifestam o caráter de Cristo.
Ajudem os que erraram, contando-lhes as vossas experiências.
Mostrem-lhes como, quando cometeram erros graves, a paciência, a bondade
e o auxílio dos vossos companheiros de trabalho vos deram coragem e
esperança.
Até ao Juízo, nunca conhecerão a influência que uma
conduta bondosa e prudente teve sobre os incoerentes, os irrazoáveis e
os indignos. Quando deparamos com a ingratidão e a traição dos sagrados
depósitos, somos tentados a mostrar o nosso desprezo e indignação. É
isso que os culpados esperam e estão preparados para isso. Mas a bondosa
paciência apanha-os de surpresa e, muitas vezes, desperta os seus
melhores impulsos, e faz nascer neles o desejo de uma vida mais nobre.
“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós,
que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando
por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns
dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gál. 6:1 e 2).
Todos os que professam ser filhos de Deus deviam ter na mente que, como
missionários, serão postos em contacto com todas as classes de pessoas.
Há as educadas e as rudes, as humildes e as altivos, as religiosos e as
céticas, as instruídas e as ignorantes, as ricos e as pobres. Essas
diferentes mentalidades não podem ser tratados da mesma maneira; mas
todas carecem de bondade e simpatia. Pelo contacto mútuo, o nosso
espírito devia tornar-se delicado e refinado. Dependemos uns dos outros,
e estamos intimamente unidos pelos laços da fraternidade humana.
É através dos relacionamentos sociais que o cristianismo entra em
contacto com o mundo. Cada homem ou mulher que recebeu a iluminação
divina deve derramar luz na senda tenebrosa dos que não conhecem o
melhor caminho. A influência social, santificada pelo Espírito de
Cristo, deve servir para levar almas ao Salvador. Cristo não deve ser
escondido no coração como um tesouro cobiçado, sagrado e doce, fruído
exclusivamente pelo possuidor. Devemos ter Cristo em nós como uma fonte
de água, que corre para a vida eterna, refrescando a todos os que entram
em contacto connosco.
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