quinta-feira, 28 de abril de 2016

CONSELHOS INSPIRADOS PARA MIM E PARA OS MEUS COLEGAS DE MINISTÉRIO

Não atores, mas mestres da palavra — Vejo que deve ter lugar no ministério grande reforma antes que ele seja aquilo que Deus quer que seja. Os ministros no púlpito não têm permissão de comportar-se como representantes de teatro, tomando atitudes e expressões calculadas a causar efeito. Eles não ocupam o púlpito sagrado como atores, mas como mestres de verdades solenes. Há também ministros fanáticos que, tentando pregar a Cristo, atacam, gritam, saltam para cima e para baixo, esmurram o púlpito, como se esse exercício corporal servisse para alguma coisa. Tais momices não emprestam força alguma às verdades proferidas, antes, ao contrário, desgostam os homens e as mulheres de pensarem serenamente e de terem vistas elevadas. É dever dos que se entregam ao ministério deixar toda a rudeza e toda a conduta tempestuosa, no púlpito pelo menos. {Ev 640.1}

Gestos desalinhados e grosseiros não se devem tolerar nas profissões comuns da vida; quanto menos, então, deverão eles ser tolerados na sacratíssima obra do ministério evangélico! O ministro deve cultivar graça, cortesia e refinamento de maneiras. Deve conduzir-se com a calma dignidade condizente com a sua elevada vocação. Solenidade, uma certa autoridade piedosa, de mistura com a mansidão, eis o que deve caracterizar o porte daquele que é mestre da verdade de Deus. {Ev 640.2}

Os ministros não devem formar o hábito de contar anedotas no púlpito; isto prejudica o poder e a solenidade da verdade que apresentam. A narração de anedotas ou incidentes que produzam riso ou um pensamento leviano no espírito dos ouvintes, é severamente censurável. As verdades devem ser revestidas de linguagem casta e cheia de dignidade; e as ilustrações devem ser de caráter semelhante. {Ev 640.3}

Fosse o ministério evangélico o que ele deve e poderia ser; e os mestres da verdade de Cristo estariam trabalhando em harmonia com os anjos; seriam colaboradores do seu grande Mestre. Há demasiado pouca oração entre os ministros de Cristo, e demasiada exaltação própria. Há demasiado pouco chorar entre o pórtico e o altar, clamando: “Poupa o Teu povo, ó Senhor, e não entregues a Tua herança ao opróbrio.” Há demasia de longos sermões doutrinais, sem uma centelha de fervor espiritual e do amor de Deus. Há demasia de gesticulações e narração de anedotas humorísticas no púlpito, e demasiado pouco se diz acerca do amor e da compaixão de Jesus Cristo. {Ev 640.4}

Não basta pregar aos homens; cumpre-nos orar com eles e por eles; importa não nos mantermos friamente afastados deles, mas nos aproximarmos com simpatia das almas que desejamos salvar, visitá-las e conversar com elas. O ministro que dirige a obra fora do púlpito de maneira apropriada, realizará dez vezes mais do que aquele que limita o seu labor ao púlpito. — The Review and Herald, 8 de Agosto de 1878. {Ev 641.1}

Evitar gracejos e pilhérias — Este espírito de gracejos e pilhérias, de leviandade e frivolidade, é uma pedra de tropeço para os pecadores e ainda pior pedra de tropeço para os que dão lugar à inclinação do coração não santificado. O facto de que alguns têm permitido esse traço desenvolver-se a ponto de o gracejar ser neles tão natural como a respiração, não diminui os seus maus efeitos. Quando alguém puder apontar uma palavra frívola proferida por nosso Senhor, ou qualquer leviandade vista em Seu caráter, ele pode sentir que a leviandade e os gracejos são desculpáveis nele próprio. Este espírito não é cristão; pois ser cristão é ser semelhante a Cristo. Jesus é um modelo perfeito, e devemos imitar-Lhe o exemplo. Um cristão é a mais elevada espécie de homem, um representante de Cristo. {Ev 641.2}

Alguns que são dados a gracejar, e a fazer observações levianas e frívolas, podem aparecer no púlpito sagrado com apropriada dignidade. Podem ser capazes de passar imediatamente à contemplação de assuntos sérios, e apresentar aos seus ouvintes as mais importantes e probantes verdades já confiadas a mortais; mas talvez os seus companheiros de trabalho, a quem eles influenciaram, e que se lhes uniram nos descuidosos gracejos, não possam mudar tão depressa o curso dos seus pensamentos. Sentem-se condenados, a mente fica confundida; e acham-se incapazes de entrar na contemplação dos temas celestes e pregar a Cristo e Cristo crucificado. {Ev 641.3}

A disposição de dizer coisas espirituosas que provoquem riso, quando se acham em consideração as necessidades da causa, seja numa reunião de comissão, ou da mesa, seja em qualquer outra reunião de negócios, não é de Cristo. Essa inoportuna hilaridade tem uma tendência desmoralizante. Deus não é honrado quando levamos tudo para o ridículo num dia, e no dia seguinte estamos desanimados e quase destituídos de esperança, sem luz da parte de Cristo, e prontos a criticar e murmurar. Ele Se agrada quando o Seu povo manifesta solidez, resistência e firmeza de caráter, e quando possui disposição animada, contente e esperançosa. ... {Ev 642.1}

Caso a mente se concentre em coisas celestiais, a conversa fluirá no mesmo sentido. O coração transbordará na contemplação da esperança cristã, a mui grande e preciosa promessa registada para a nossa animação; e o nosso regozijo em vista da misericórdia e bondade de Deus não precisa ser reprimido; é uma alegria que ninguém nos pode tirar. — The Review and Herald, 10 de Junho de 1884. {Ev 642.2}

Ministros folgazãos — Há em vossa associação um homem (não sei o seu nome) que não deve estar ligado com ela como ministro, pois a sua influência no espírito dos que estão buscando a verdade é desfavorável. Ele me foi apontado, sendo-me ditas estas palavras: “A obra de Deus não necessita de ministros não convertidos, folgazãos. O espírito desse homem não se acha em harmonia com a obra solene em que nos achamos empenhados.” A verdade que professamos crer não precisa de homens frívolos para apresentá-la. Um homem de disposição leviana e jovial fará mais em levedar as igrejas com o mesmo espírito, do que dez homens bons podem efetuar para remover essa impressão. ... {Ev 642.3}

O poder convertedor de Deus deve possuir o coração dos ministros, ou eles devem buscar outra vocação. Caso os embaixadores de Cristo reconheçam a solenidade de apresentar a verdade ao povo, serão homens sóbrios, refletidos, coobreiros de Deus. Uma vez que tenham o verdadeiro senso da comissão dada por Cristo aos Seus discípulos, hão de, com reverência, abrir a Palavra de Deus, e escutar a instrução do Senhor, pedindo sabedoria do Céu, para que, enquanto se colocam entre os vivos e os mortos, reconheçam que precisam prestar contas a Deus pela obra que sai das suas mãos. {Ev 643.1}

Que pode o ministro fazer sem Jesus? Verdadeiramente nada. Então, se ele é um homem frívolo, brincalhão, não está preparado para cumprir o dever sobre ele posto pelo Senhor. “Sem Mim”, diz Cristo, “nada podeis fazer.” As palavras petulantes que lhe caem dos lábios, as frívolas anedotas, as palavras proferidas a fim de provocar o riso, são todas condenadas pela Palavra de Deus, e inteiramente fora de lugar na tribuna sagrada. ... {Ev 643.2}

A menos que os ministros sejam homens convertidos, as igrejas ficarão enfermas e prestes a morrer. Unicamente o poder de Deus pode mudar o coração humano e impregná-lo do amor de Cristo. Só o poder de Deus pode corrigir e subjugar as paixões e santificar os sentimentos. Todos quantos ministram precisam humilhar o coração orgulhoso, submeter a própria vontade à vontade de Deus, e esconder a sua vida com Cristo em Deus. {Ev 643.3}

Qual é o objetivo do ministério? É misturar o cómico com o religioso? O teatro é o lugar para tais exibições. Caso Cristo esteja formado no interior, caso a verdade com o seu poder santificador seja introduzida no santuário interior da alma, não tereis homens folgazãos, nem também homens azedos, mal-humorados e rudes para ensinarem as preciosas lições de Cristo às almas que perecem. — Carta 15, 1890. {Ev 644.1}

Andar circunspectamente — Toda a postura, que é tão comum, como gestos teatrais, toda leviandade e frivolidade, todo o gracejo e pilhéria, devem ser considerados pelos que levam o jugo de Cristo como não sendo “convenientes” — uma ofensa a Deus e negação de Cristo. Isto incapacita o espírito para o pensar sólido e o sólido labor. Torna os homens ineficientes, superficiais e espiritualmente enfermos. ... {Ev 644.2}

Que todo o ministro seja calmo. Ao estudar ele a vida de Cristo, verá a necessidade de andar circunspectamente. Todavia, pode ser e será, caso esteja ligado com o Sol da Justiça, alegre e feliz, manifestando os louvores dAquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. A sua conversação será pura, inteiramente limpa de toda a frase de gíria. — Manuscrito 8, 1888. {Ev 644.3}

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